quinta-feira, fevereiro 16

zorra.azul

Este blog está cada dia mais tratando de temas absolutamente inúteis e descartáveis, algo como qualquer comentário sobre qualquer tema que o Jô Soares faz. Mas ando assim, de olho nos detalhes mais tolos atrás de alguma explicação para o sentido da vida, ou alguma idéia genial que faça meu banco me ligar para agradecer por não ter desisitido deles, mesmo com as taxas mais apelativas que as pegadinhas do João Kléber [por favor, alguém me dê um tapa na cara se eu fizer mais alguma alusão à podridão televisiva brasileira].

Essa constatação se deu no momento em que eu estacionei 3 quarteirões antes do lugar onde ia, porque já previa que aquela seria a última vaga antes do meu destino, e que seu eu não parasse lá, ficaria dando voltas pelo bairro pelos 30 minutos seguintes até desistir e pagar um estacionamento. Na hora o tema virou post na minha cabeça, enquanto eu caminhava até o local da reunião, e passava por um pequeno desfile de vagas deslumbrantes - e muito mais próximas.

Vagas abundantes, com sombras magníficas, com balizas amplas e aconchegantes, sem guardadores opressores para ameaçar a pobre e suja pintura do meu carro, caso eu não 'desse uma pequena ajuda' pela sua colaboração. Era o paraíso escorrendo entre meus dedos, enquanto meu carro derretia ao sol, sob os olhos vigilantes de um moço com colete laranja e um prego na mão, três quarteirões para trás. Murphy ainda fez o pequeno favor de pedir que alguém tirasse seus carro bem em frente ao prédio da reunião diante de meus olhos suplicantes. Detalhes que fazem a nossa vida cada dia um pouco menos colorida.

Ok, ok, eu sou apressado, neurótico, ansioso, um monte de coisas [e sempre admito meus maiores podres nesse tópicos inúteis. Será auto-terapia?] Mas sejamos francos. A situação em São Paulo está de tal forma caótica que neguinho agora estaciona quando vê vaga apenas pelo prazer de encontrar uma vaga. Tipo programa familiar de domigo: 'Filhos, vamos dar umas voltas por aí para achar uma vaga para estacionar na rua. Quero mostrar a vocês como funcionava o trânsito na minha época'.

Parar na rua agora é vintage. Logo logo a moda vai ser alugar uma vaga na rua só para estacionar na hora da balada. Claro que só vai poder fazer isso quem puder pagar, e caro. Tudo que é fashion tem que ser caro, porque barato é brega. Daí vai ser aquele monte de jogador de futebol e ator da Malhação [SLAP!] soltando cheque para neguinho de colete laranja, para guardar as Ferraris vermelho-sangue-de-dinamarquês [também está na moda] enquanto a Caras fotografa as matérias em plena via pública. Chegas de fotos de festa, né?

Se a profecia se concretizar, eu vou ter que começar a abrir a carteira para pagar relutante a estacionamento. Se bem que, estando fora de moda, os estacionamentos vão ter que abaixar os preços para não perder clientela, e aí eu não vou machucar tanto minha índole Madre Teresa do Tostão Furado. Isso se o mundo não chegar no buraco antes, né?

2 Comments:

Blogger Fonseca escreve...

Temas inúteis? Falar sobre o nada é uma arte, já diria Jerry Seinfeld.

6:42 PM  
Anonymous Anônimo escreve...

Adorei este post de montã. Rindo muitíssimo.

2:42 PM  

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