quinta-feira, dezembro 8

espirito.natalino

Com o fim do ano chegam aquelas malditas comemorações. Tod dia tem alguma para ir, e você tem que deixar de lado todos os programas que você realmente quer fazer.

Ao invés de ir no cinema, você tem que encontrar os seus colegas de trabalho, que você já viu ontem, hoje, vai ver amanhã (de ressaca) e no ano que vem tudo continua exatamente como esteve até agora. Se você quer ficar em casa e descansar, sai arrastado para encontrar aqueles amigos da faculdade que você ainda gosta, mas agora encontra uma única vez por ano, e junto nessa época de "confraternizações".

Junto com esses encontros vem aquela enxurrada de perguntas pessoais: que tem feito? está trabalhando? está ganhando dinheiro? está namorando? está ficando careca?... Eu detesto tudo isso. Prefiro encontrar meus amigos numa terça-feira qualquer de junho, contar sobre meu namoro quando me der na telha, e claro, que todos vejam q estou ficando careca, mas que ninguém comente isso na minha frente. E se eu resolver me enganar e fazer aquele famoso empréstimo de cabelo do lado esquerdo dando a volta toda até o lado direito, bezuntando-os com gel Bozzano? A brincadeira já estaria arruinada.

Isso porque nem entrei em detalhes sórdidos sobre a praga que alastra o país na época do Natal: o amigo secreto. Eu sempre tenho o dom de sortear pessoas que não me interessam, não porque não goste ou algo parecido, mas porque não me inspiro a comprar um presente. Logo eu que me empolgo tanto com certos presentes e presenteados, sou obrigado a me mandar a lojas genéricas para comprar algum coringa, aquela porcaria que serve para qualquer um, mas é inútil para todo mundo (algo tipo qualquer coisa da Imaginarium, sabe?)

Nunca vi alguém sair realmente satisfeito de um amigo secreto - exceto as pessoas que eu tiro, obviamente. A verdade é que essa é mais uma canastrice desse povo pobre e festeiro, que não tem onde cair morto, mas não perde um rega-bofe. Agora estou aqui me desdobrando para descobrir como faço para gastar o mínimo possível, já que meu cinto já está no último buraco, e ainda agrado ninguém menos que o copeiro do escritório. Para piorar a situação, justo o copeiro foi substítuido a menos de um mês e eu sei pouca coisa sobre ele além de seu primeiro nome.

Algum dia ainda vou virar o amigo secreto perfeito. Tão perfeito que não me revelarei nunca, vou deixar todos os presenteados chupando o dedo. Sumirei do mapa mesmo, e só dou as caras de novo depois do porre de champagne do reveillon. Acaba, dezembro!!!