terça-feira, março 7

das.coisas.que.me.tiram.do.sërio - parte.1

O Brasil é tido como um país de vanguarda no quesito publicidade - assim parece pelas premiações do ramo mundo a fora. Não me considero ninguém para discutir tal assunto, não vou entrar no mérito de discutir coisas como 'Quer pagar quanto?' ou os novos 'Aleluia!'s da Embratel. Me basta apenas aceitar a afirmação acima.

Mas a propaganda brasileira às vezes sim é capaz de me fazer perder a cabeça, e ter vontade de arrancar meus olhos com uma colher para não ficar mais sujeito a esse tipo de abuso psíquico. Isso acontece principalmente no cinema, hoje em dia, já que vejo pouca ou nenhuma TV já há algum tempo. Você está lá trancado na sala esperando por mais meia hora* para ver o filme que você pagou para assistir, conversar você não pode, porque todo mundo escuta o que você fala, e está absolutamente vulnerável à uma intensa e repetitiva tortura chinesa capitalista.

Já não reclamo dos dinheirinhos do Unibanco que, convenhamos, são uma animação de sexta categoria. Também já não acho ruim as pipoquinhas saltitantes que te pedem para desligar o pager antes da sessão. Mas se tem algo que hoje é capaz de destruir o meu humor é a porcaria da propaganda do Cel-Lep.

Para quem ainda não viu, eu explico. Dois sujeitos comuns estão numa lanchonete, um deles vira para a garçonete e pede: "Ahnnnn.... hamburger...." Daí vem o segundo, uma criatura desprezível, com ares de Odete Roitman, faz um pedido a la Meg Ryan em Harry & Sally, destilando seu inglês com o mais fluente sotaque das Guianas. Vejam, o cara é metido, chato, pedante, esnobe, pretencioso e burro. E esta pessoa foi, em algum momento da história, contratada para ser o garoto propaganda de uma escola de inglês.

Todas as vezes que sou obrigado a ver esse pesadelo de 30 segundos, eu faço a mim mesmo as seguintes considerações:

1. Está realmente fácil ganhar dinheiro hoje em dia, eu é que não aprendi.
2. Se o pedido desse cara veio certo, no mínimo a mostarda na verdade é um belo dum escarro do cozinheiro.
3. Se ele estivesse tentando conseguir o telefone da garçonete bonitinha, ela provavelmente virou lésbica.
4. O Cel-Lep agora resolveu ensinar regionalismos. Acho que vou me inscrever em um curso de conversação em jamaicano para cantar as músicas do Bob Marley.
5. A idéia desse filme deve ter sido o trabalho de graduação do estagiário da agência.
6. A agência que fez esse filme está sendo processada pela falência induzida da escola. Se não, deveria.
7. Melhor ver isso que uma missa do Papa... ou um discurso do Lula.
8. Melhor ver isso do que ter as minhas bolas pisoteadas por uma manada de elefantes.

Por sorte temos algumas outras propagandas que compensam. O do Submarino, por exemplo, quase me faz chorar. Pensando bem, eu até gosto daquele celularzinho que as pipocas saltitantes desligam. Mas se eu encontro o cara do Cel-Lep na rua.... chamem meu advogado!

* Infelizmente ficou comprovado por um estudo científico de pesquisa de campo que chegar menos de meia hora antes ao cinema não é algo plausível de uma pessoa sensata, a menos que se queira desenvolver uma artrite reumatóide instantânea na coluna cervical.

4 Comments:

Anonymous Anônimo escreve...

É por isso q eu só assisto agora em casa, no DVD!!!

Beijos

2:16 AM  
Blogger Marshall escreve...

AH! A fila de meia hora no cinema é uma questão de marketing: ela faz a maioria das pessoas comprarem pipoca e refrigerante! Isso também é comprovado, foi uma pesquisa desenvolvida na FGV... agora vou calar a boca senão entrego outros truques..hehehe

Mas tb odeio a publicidade no cinema! Acho que deviam colocar uns clipes ou um som mais animado enquanto esperamos pelo filme.. hehe

11:10 AM  
Blogger Desiree escreve...

e saber que eu quase entrei nessa de trabalhar vendendo espaço publicitário no cimema! hehehehehe... eu tbém nao gosto, prefiro intermináveis traillers, até quando vc acha que o filme nem vai rolar de tanto trailler que resolveram passar... os dinheiros do unibanco eu comecei até a simpatizar, mas foi pelo costume mesmo! aff

3:18 PM  
Blogger Fonseca escreve...

Nem me fala. ODEIO qualquer propaganda da Nova Schin e ODEIO a própria Nova Schin.

Cara, na Argentina os filmes do cinema demoram MAIS AINDA a começar. Podes acreditar.

12:02 PM  

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